O Grupo Leya, a Editorial Caminho e a Fundação José Saramago lançaram com outros parceiros, a campanha “Uma Jangada de Pedra a caminho do Haiti”, ato de solidariedade para com as vítimas do terremoto no Haiti.
A ajuda será dada através da venda de uma edição especial do livro “A Jangada de Pedra”, nas livrarias portuguesas a partir da próxima sexta-feira.
As editoras de José Saramago na Espanha e na América Latina farão campanhas semelhantes nos respectivos países.
Tanto a capa quanto a notícia foram retiradas do Bibliotecário de Babel (http://www.bibliotecariodebabel.com/).
A ajuda será dada através da venda de uma edição especial do livro “A Jangada de Pedra”, nas livrarias portuguesas a partir da próxima sexta-feira.
As editoras de José Saramago na Espanha e na América Latina farão campanhas semelhantes nos respectivos países.
Tanto a capa quanto a notícia foram retiradas do Bibliotecário de Babel (http://www.bibliotecariodebabel.com/).
11 comentários:
Boa dica!
E o Brasil? Cadê a Companhia das Letras?
Linda Amiga:
Admiro imenso o seu sentimento de solidariedade seja em que circunstâncias for.
Um Post repleto de sensatez e sobriedade que são suas.
Parabéns pelo humanismo que mora em si e na deliciosa e fantástica pessoa GIGANTE que é.
Excelente.
Beijinhos amigos de imenso respeito e admiração.
Sempre a estimá-la
pena
Adorei.
Bem-Haja, pela ternura deixada no meu blogue.
MUITO OBRIGADO!
É admirável. Um Ser Humano perfeito.
Super bacana essa ideia. Seria fantástico se as nossas editoras fizessem algo semelhante. Vou estar atenta as iniciativas que ocorrerem por aqui.
Mudando de assunto, andei pensando, e não sei se a ideia de fazer um blog português fica boa nesse momento. Ontem, recebi a visita de uma espanhola que gostaria de participar. De qualquer forma, Gerana, a ideia é muito boa e podemos aproveita-la em um outro blog. Eu gostaria muito que você já participasse deste. Beijo. Bípede
OS ESFORÇOS PARA ACUDIR AO HAITI (MAIS UMAS INICIATIVA...)
É um lugar comum. Os esforços para acudir às vítimas da tragédia do Haiti não serão
nunca demais. Morre-se em cada hora que passa. Cerca de 120 mil mortos, um grau de
destruição quase inimaginável, a agonia das estruturas
estatais/assistenciais/administrativas de um País. Pobre
situação a de um povo que começou a sua História lutando pela liberdade contra os donos
de escravos franceses no início do século XIX, que venceu essa prova, mas que tem
conhecido guerras internas, invasões e ocupações estrangeiras, além de desastres
naturais, ao longo de dois séculos... para já não falar das ditaduras que pouco dignos
filhos seus exerceram.
É curioso ver como se unem esforços.
Uma iniciativa em particular chama a atenção. O Nobel português, José Saramago , vai
promover uma edição especial de solidariedade do seu livro de 1986, "Jangada de Pedra".
Citando agências noticiosas e a sua fundação, «a acção de solidariedade reverte a favor
das vítimas do sismo do Haiti e decorrerá
futuramente também em Espanha e na América Latina. O livro custa €15 e estará disponível
nas livrarias a partir de sexta-feira; e porque, segundo o próprio Saramago "todos temos
uma obrigação", a campanha "Uma Jangada
de Pedra a caminho do Haiti" vai prolongar-se até 28 de Fevereiro de 2010.»
Recorde-se que esta obra descreve um cenário imaginário, no qual uma espécie de
terramoto lento separa a Península Ibérica do resto da Europa, e a coloca à deriva, como
uma gigantesca ilha, no que é interpretado por alguns críticos como uma das primeiras
manifestações de iberismo deste escritor. A catástrofe imaginária terá levado o autor a
escolher este livro
para esta acção, em que se procurará acudir às carências resultantes de uma catástrofe
real.
O livro é ainda hoje muito citado. Não parece crível que o autor, com este gesto,
esteja a sugerir que a Haiti se deva deixar governar por alguma potência externa e
vizinha, como por exemplo a República Dominicana, já que Saramago é um conhecido lutador
pela liberdade dos povos e pela direito à auto-determinação, como recentemente se viu em
relação ao Sahará ex-espanhol. Aliás, no livro, o Nobel não hesita em ironizar sobre as
esperanças espanholas sobre Gibraltar... que não acompanha a península na imaginária
ruptura geográfica... referindo mesmo que sobre este litígio o português é pouco
"sensível" ... já que «a sua mágoa histórica chama-se Olivença e este caminho não leva
lá.»(página 89)
Receia-se, porém, que Saramago não seja bem compreendido nesta sua iniciativa, por
causa da escolha desta obra em concreto, e que poderá sujeitar-se a alguns comentários
algo cépticos.
Penso que todas as iniciativas a favor do Haiti serão positivas, desde que eficazes
e desinteressadas. Esta não será excepção, mas penso que Saramago, e ele que me desculpe,
poderia ter escolhido outro texto. Valha-nos a qualidade literária!!!
Estremoz, 27 de Janeiro de 2010
Carlos Eduardo da Cruz Luna
OS ESFORÇOS PARA ACUDIR AO HAITI (MAIS UMAS INICIATIVA...)
É um lugar comum. Os esforços para acudir às vítimas da tragédia do Haiti não serão
nunca demais. Morre-se em cada hora que passa. Cerca de 120 mil mortos, um grau de
destruição quase inimaginável, a agonia das estruturas
estatais/assistenciais/administrativas de um País. Pobre
situação a de um povo que começou a sua História lutando pela liberdade contra os donos
de escravos franceses no início do século XIX, que venceu essa prova, mas que tem
conhecido guerras internas, invasões e ocupações estrangeiras, além de desastres
naturais, ao longo de dois séculos... para já não falar das ditaduras que pouco dignos
filhos seus exerceram.
É curioso ver como se unem esforços.
Uma iniciativa em particular chama a atenção. O Nobel português, José Saramago , vai
promover uma edição especial de solidariedade do seu livro de 1986, "Jangada de Pedra".
Citando agências noticiosas e a sua fundação, «a acção de solidariedade reverte a favor
das vítimas do sismo do Haiti e decorrerá
futuramente também em Espanha e na América Latina. O livro custa €15 e estará disponível
nas livrarias a partir de sexta-feira; e porque, segundo o próprio Saramago "todos temos
uma obrigação", a campanha "Uma Jangada
de Pedra a caminho do Haiti" vai prolongar-se até 28 de Fevereiro de 2010.»
Recorde-se que esta obra descreve um cenário imaginário, no qual uma espécie de
terramoto lento separa a Península Ibérica do resto da Europa, e a coloca à deriva, como
uma gigantesca ilha, no que é interpretado por alguns críticos como uma das primeiras
manifestações de iberismo deste escritor. A catástrofe imaginária terá levado o autor a
escolher este livro
para esta acção, em que se procurará acudir às carências resultantes de uma catástrofe
real.
O livro é ainda hoje muito citado. Não parece crível que o autor, com este gesto,
esteja a sugerir que a Haiti se deva deixar governar por alguma potência externa e
vizinha, como por exemplo a República Dominicana, já que Saramago é um conhecido lutador
pela liberdade dos povos e pela direito à auto-determinação, como recentemente se viu em
relação ao Sahará ex-espanhol. Aliás, no livro, o Nobel não hesita em ironizar sobre as
esperanças espanholas sobre Gibraltar... que não acompanha a península na imaginária
ruptura geográfica... referindo mesmo que sobre este litígio o português é pouco
"sensível" ... já que «a sua mágoa histórica chama-se Olivença e este caminho não leva
lá.»(página 89)
Receia-se, porém, que Saramago não seja bem compreendido nesta sua iniciativa, por
causa da escolha desta obra em concreto, e que poderá sujeitar-se a alguns comentários
algo cépticos.
Penso que todas as iniciativas a favor do Haiti serão positivas, desde que eficazes
e desinteressadas. Esta não será excepção, mas penso que Saramago, e ele que me desculpe,
poderia ter escolhido outro texto. Valha-nos a qualidade literária!!!
Estremoz, 27 de Janeiro de 2010
Carlos Eduardo da Cruz Luna
Granda ideia da fundação de Saramago, ou de sua editora em Portugal e na Espanha. Tomara que as vendas progridam.
Excelentes indicações eu encontrei aqui! Que bom que ainda existam pessoas que se comprometem a divulgar a difundir o que há de mais rico e melhor em literatura.
Voltarei a este espaço com muito bom gosto, em busca de mais preciosidades.
Abraço!
Está demais! Então postámos a mesma coisa?! Pois é.
Não deixes de me visitar às primeiras horas do dia português...falta de habilidade informática impediu-me de fazer melhor.
Grande abraço, «pé na terra e cabeça no ar»!
beijitos
agora são dois motivos para ler saramago.
acabo de ler caim e ainda estou em êxtase...
Amo Saramago por dois motivos: escreve super bem e é "do bem".
Sinto falta de umas gotas de utopia nessa tal contemporaneidade, sabe?...
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