
Manuel Anastácio
Sobre os arbóreos tramos
Que para nossa abóbada escolhemos,
Enquanto apenas em nós vivemos,
Passou a aragem dos teus gestos entre os ramos.
Sacudiste a seiva que escorria de cada galho
E, tremendo, chovi em pétalas sobre o teu rosto.
Passa o verão, seca o orvalho,
E logo vem a estação do mosto
Destilar, no cobre fosco do alambique,
Alheios fantasmas de vapor entre o calor que morre.
Lá fora, a água escorre.
O musgo medra.
O vendaval procria.
Chegados aos átomos,
Pragmáticos,
Os sábios matemáticos consagram-se à poesia.
A cristal geometria do crisol
Solidifica a demora, e o sol,
Noutra abóbada, noutro lar, noutros tramos,
Sobre outro olhar, onde não estamos,
Apenas orvalhará primaveras noutro, agora, ausente
Que para nossa abóbada escolhemos,
Enquanto apenas em nós vivemos,
Passou a aragem dos teus gestos entre os ramos.
Sacudiste a seiva que escorria de cada galho
E, tremendo, chovi em pétalas sobre o teu rosto.
Passa o verão, seca o orvalho,
E logo vem a estação do mosto
Destilar, no cobre fosco do alambique,
Alheios fantasmas de vapor entre o calor que morre.
Lá fora, a água escorre.
O musgo medra.
O vendaval procria.
Chegados aos átomos,
Pragmáticos,
Os sábios matemáticos consagram-se à poesia.
A cristal geometria do crisol
Solidifica a demora, e o sol,
Noutra abóbada, noutro lar, noutros tramos,
Sobre outro olhar, onde não estamos,
Apenas orvalhará primaveras noutro, agora, ausente
rosto,
Indiferentemente renovado, no seu quase eterno posto.
Indiferentemente renovado, no seu quase eterno posto.
Manuel Anastácio assina o blog Da Condição Humana (http://literaturas.blogs.sapo.pt/)
com entrada pelos meus "Favoritos".
Foto de Levistrauss, retirada do Flickr.