
A terra cheira a vinho abafado.
As couves, tenras, aconchegam caracóis.
As vides, soltas, erguem falanges, tecem fantasmas.
A terra cheira a vinho abafado.
A mosto guardado em formol,
Como a doçura de quem nunca morreu.
Só mais umas gotas desta dor que, ardendo
Sabe a mel.
Em vez de fumo, nevoeiro,
E em vez de brasas, bagas de romã.
As couves, tenras, aconchegam caracóis.
As vides, soltas, erguem falanges, tecem fantasmas.
A terra cheira a vinho abafado.
A mosto guardado em formol,
Como a doçura de quem nunca morreu.
Só mais umas gotas desta dor que, ardendo
Sabe a mel.
Em vez de fumo, nevoeiro,
E em vez de brasas, bagas de romã.
Manuel Anastácio assina o blog Da Condição Humana (http://literaturas.blogs.sapo.pt/) e está preparando um livro de poemas.
Foto de marina vrgs, da série "por dentro - romã", retirada do Flickr.