Ao contrário da maioria, conheci primeiramente a prosa de Marcus Vinícius Rodrigues e, por isto, se considero a admiração que tenho por seus contos, sua poesia ficou um tanto de lado. Mas, Marcus é ficcionista e poeta, é poeta e ficcionista. Retirado da revista cultural eletrônica Diversos Afins, de Fabrício Brandão & Leila Andrade:
segue um exemplo que comprova o talento de Marcus.
A CASA DE EROS
-------------Marcus Vinícius Rodrigues
Sei bem do amanhã a bater na porta,
sei bem do sol em nossa janela,
o adeus ofuscante nas frestas.
Sei bem que nada é meu
neste teu corpo que volta
ao dia das ruas lá fora.
E é só por saber tanto
que me arrumo casa arejada
para cada nosso furtivo encontro.
Faço-me quarto que nunca acaba,
faço-me noite morna e serena,
faço-me o tempo que não escapa.
E quando enfim te engolir a cidade,
com suas horas atropeladas,
ainda que abandonado, serei tua casa.
A CASA DE EROS
-------------Marcus Vinícius Rodrigues
Sei bem do amanhã a bater na porta,
sei bem do sol em nossa janela,
o adeus ofuscante nas frestas.
Sei bem que nada é meu
neste teu corpo que volta
ao dia das ruas lá fora.
E é só por saber tanto
que me arrumo casa arejada
para cada nosso furtivo encontro.
Faço-me quarto que nunca acaba,
faço-me noite morna e serena,
faço-me o tempo que não escapa.
E quando enfim te engolir a cidade,
com suas horas atropeladas,
ainda que abandonado, serei tua casa.
Foto: Marcus Vinícius Rodrigues entre as poetas Mônica Menezes e Ângela Vilma, na festa de lançamento de seus livros Estranhamentos e Poemas para Antonio, mostrando as capas das coletâneas de poemas das duas.
Marcus Vinícius Rodrigues é autor de Pequeno inventário das ausências (Prêmio Braskem/Fundação Casa de Jorge Amado, 2001), 3Vestidos e meu corpo nu (P55 Edições,2009), Eros resoluto (P55 Edições, 2010), além de ter participação em várias antologias.