sábado, 1 de agosto de 2009

RAPAZ, DE MARIANO CASSAS

Gerana Damulakis

Poesia franca, aberta e forte. Mariano Cassas se despe para que se faça a poesia. Sua linguagem tem o efeito do toque, não se passa ileso por esses versos, fica a suave sensação de sentimento que, outrora ferido, agora, sabe-se apreendido.
Nas palavras do poeta Luís Augusto Cassas, irmão de Mariano, no prefácio, o volume de poemas é "a celebração de uma quaternidade paroxística em que o sexo é a chave/falo vital da instauração de sua fala poética (...) este Rapaz irrompe e fecunda o verbo, ejaculando-o numa sinfonia de caos e cosmos, esperma e esperança".
Destaco vários poemas, tais como "Acréscimo de Claridade", "Assombração", "A Chama", "Blackout", mas é "Mariposa" que segue abaixo para ilustrar "uma leitura imperdível para aqueles que buscam o Amor", como atenta nas "orelhas" Fernando Bicudo.

MARIPOSA
Mariano Cassas

Minha vida é um rodear
de coisa morta
Coisa viva
mentalmente destorcida
O reflexo aparente do essencial
no melhor do bem-bom

O toque é puro cristalino
A dança quando é de fera
é solta e amansada
Acaba por fluir a fera
se entregando
na chama do amor
em busca de luz
Mariposa

I ENCONTRO LITERÁRIO DA UEFS