domingo, 29 de novembro de 2009

FUI


Konstantinos Kaváfis

Não me deixei prender. Libertei-me de todo e fui

em busca de volúpias que em parte eram reais,

em parte haviam sido forjadas por meu cérebro;

fui em busca da noite iluminada.

E bebi então vinhos fortes, como

bebem os destemidos no prazer.

Tradução de José Paulo Paes diretamente do grego, ou melhor, do neogrego, o grego coloquial herdeiro da koiné (a língua comum). Kaváfis nasceu em 1863 e morreu em 1933 em Alexandria no mesmo dia e mês, 29 de abril.

Konstantinos Kaváfis/ Poemas. seleção, estudo crítico, notas e tradução por José Paulo Paes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1990. (Coleção Poiesis)

PRESENTE DE GEORGIO RIOS


GIRASOL
-----------Georgio Rios

Para Gerana Damulakis

A flor do poema pede pássaros
Pede a música rara dos imensos temporais
Suas asas plásticas

(Seus solos)

Há música na flor do poema.
É possível ouvir os ventos
Invadirem os ouvidos,
leves...

Aqui , junto aos pardais,
é possível ouvir
o insistente silvar do vento
que anuncia:

Eis que vem Gerana
Com espadas de metáfora.

Georgio Rios tem o blog Modus Operandi (http://georgio-rios.blogspot.com/)