sexta-feira, 15 de agosto de 2008

OS BARCOS DA TARDE


Gláucia Lemos










Vede os barcos que ficaram solitários
quando os ventos passaram...
São como a alma
das mulheres sozinhas
quando passaram os tempos
das esperas.

Não tocai nessas velas,
não tocai!
São como os seios
das mulheres castas
pulsando inutilmente.
Não tocai...

Vede como são mortos
esses barcos...
Como morrem em silêncio
essas mulheres...



Gláucia Lemos publicou este poema na revista ArteLivro, 1996.A foto foi retirada do Flickr, de Loulair Harton.