quinta-feira, 17 de julho de 2008

SONETO DO AMOR INDEFINIDO


Aramis Ribeiro Costa

Amor não se define - é mágica e loucura
Encontro e desencontro e encanto conquistado
É cegueira total e olhar que tudo apura
E tem em tal contraste o fogo renovado.

Indefinido amor, impulso incontrolado
Que se refaz de espera e tudo crê e jura
Que arde e consome e mata o próprio ser amado
Amor que se acomoda, amor que se aventura.

Amor que nasce morto e ainda assim existe
Amor que se desgasta em vão e se maltrata
Amor que tudo pode e deve e exige e serve!

Amor - encantamento que afinal resiste
A esperança maior, a sensação mais grata.
Indefinido amor: que o sonho te conserve!



Soneto de Espelho Partido - Sonetos Escolhidos 1971-1996 (Funceb, 1996).