
Esta foto é da capa de um dos tantos títulos do poeta Luís Augusto Cassas. Não sei o número exato de livros já publicados, perguntarei ao poeta. Creio que tenho quase todos porque nossa amizade já vem de longa data e nossa troca de livros, poemas, conversas, idem.
O poema que segue abaixo foi lido por ele, por telefone, para mim. Pedi que me enviasse e agora compartilho. Nós, seus leitores, aguardaremos a poesia reunida que já urge ser publicada. Por enquanto, O Sentido.
Luís Augusto Cassas
qual o sentido
de se estar vivo:
viver os cinco sentidos?
acender a luz do espírito?
reedificar o paraíso?
tornar-se do todo amigo?
ser lírio ou narciso?
por que quando o sentido
a face vem mostrar
esconde-se o não-sentido
para o sem-sentido brilhar?
o sentido
é paisagem que aí está?
o não-sentido
é passagem que se abrirá?
o sem-sentido
é viagem sem lugar?
ad-finitum
é o universo:
misterium
tremendum
mas do precipício
seremos salvos
quando a essência
reencontrar o princípio
por enquanto da vida
só captamos os ruídos
mas o verdadeiro sentido
será definitivo
quando o que clama
desde jerusalém
irromper-nos à alma
com o seu amém