segunda-feira, 26 de outubro de 2009

ANTOLOGIA DO CONTO HÚNGARO

Gerana Damulakis


Quando escrevi uma postagem sobre o conto de James Joyce, “Os Mortos”, por conta deste ter sido escolhido como o melhor conto de século XX, meu amigo, o escritor Fred Matos, comentou sobre um conto imperdível. Trata-se de “Médicos”, do húngaro Biró Lajos, nascido em 1880 e morto em 1948. Fred leu o conto na Antologia do Conto Húngaro, com seleção, tradução, introdução e notas de Paulo Rónai, revisão de Aurélio Buarque de Hollanda e prefácio de João Guimarães Rosa: uma jóia!
Por coincidência também tenho tal antologia, com a assinatura do dono do exemplar na folha de rosto, ou seja, a assinatura de meu tio, o jornalista Flávio Costa, irmão de minha mãe, e que foi amicíssimo do pai de Fred, Ariovaldo Matos. Penso que ambos compraram seus exemplares juntos, pois que eram escritores e leitores, além de amigos.
Acho muito interessante que, passado tanto tempo, o filho de Ariovaldo Matos e a sobrinha e afilhada de Flávio Costa recorram aos livros herdados, recorram à leitura de determinado conto. É como se eles, Ariovaldo e Flávio, permanecessem um tanto através da Antologia do Conto Húngaro, editada pela Civilização Brasileira, em 1957, ano em que os dois familiares nossos, tão queridos, todavia desfrutavam da juventude intensa que tiveram. O meu exemplar herdado está perfeito, coloquei capa dura.
O conto “Médicos”, de Biró Lajos é bastante elaborado ao modo de Maupassant. Leitura prazerosa, narrativa com fluência em cima de um episódio. Leio que o autor foi famoso por romances e peças. E, buscando imagens para ilustrar esta postagem, descubro que a antologia teve reedição pela Topbooks, em 1998 (foto).