
Há natáis que pedem poemas.
Outros não.
Os que pedem, pedem
Poemas de luz celeste em terra escura.
Outros não.
Os que pedem, pedem
Sofrimento em grossos traços de doçura.
E em gritos no tom que eclode
No peito frágil que enfim respira.
Outros não pedem.
Não podem. Não querem. Não são.
Outros não.
Há natáis que pedem o segredo
Que a luz aos sábios segredou
E que em caixinhas guardados
Em ouro, incenso e mirra se disfarçou.
Um traz silêncio, que ele dorme.
Um traz aviso, pelo perigo.
Outro, novidade, que o menino ignora.
Porque é de poema o sobreaviso, o aviso e a demora.
Ou não.
Manuel Anastácio é o poeta que assina o blog Da Condição Humana, cuja entrada pode ser feita pelos meus "Favoritos", ou com o endereço: http://literaturas.blogs.sapo.pt/
Foto do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, de Sweet Painting, retirada do Flickr.