sexta-feira, 18 de julho de 2008

AO AMIGO DESCONHECIDO














Prezada G. D.,

Lago Júnior


Quero ser o que escrevo.
Consubstanciar-me-se.
Afinal, não passo de um objeto de estudo?
Ora, bolas!
Eu reinvento meu minuto, cada um não reinventa o seu?!

Entre os dedos - literalmente
falando - guardo e consumo
um incenso de alfazema.
Cheiro de simplicidade.
Logo eu (eu... eu... ) um complexo anônimo;
um cavalo de troças, um vilão bonzinho.
(Argh.) Eu queria sorrir muito.
Mas nem sempre é singular.






Do livro Ao amigo desconhecido, que Lago Júnior lançará dia 31/07.