quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O ÚLTIMO BRINDE


Gerana Damulakis


Solitude, récif, étoile...
Mallarmé

A última vez
aconteceu
por entre pensamentos:
lembranças aguadas
passeando pelas margens.

A última vez;
não a vez final:
verso nenhum finda
a menos que você
pare de encucar.

As lágrimas daqui
não são as da TV,
vídeo, cinema
que pára a cena
e repete a dor.

Somos um tanto das
pegadas dessas letras,
bailando pelos séculos
eternos e
últimos. Salut.
Este poema pertence ao livro Guardador de Mitos (Edição do autor, 1993).

4 comentários:

Letícia Losekann Coelho disse...

.....(como se suspira na escrita)...
cultivar uma ponta de solidão..para se livrar da solidão ...
letras bailando pelos séculos eternos e últimos..adorei isso!!
Belos versos ...beijos meus

Leandro Jardim disse...

Bonito poema! O final lembrou um meu chamado "NO CORTE DO DIA" (postado no blog em janeiro).
Muito prazer.

Leandro Jardim

Kátia Borges disse...

Belo poema, Gerana. E o livro? Será que ainda dá pra encontrar em alguma livraria?

Anônimo disse...

Leandro: obrigada pela visita e pelo comentário. Deixe aqui o endreço do seu blog. Quero fazer uma visita também.

Kátia querida: esqueça o livro, não vale a pena e a dor da leitura. Pegou nosso Bandeira dentro da frase? Você ficou de mandar um exemplar do seu para substituir o que foi levado. Estou esperando. Bjs.