Agora é um jardim
de rosa e jasmim.
Outrora foi a pedra
sem valor a guerra medra.
Outrora foi a tramóia,
a conquista, a vitória em Tróia.
O vento é o mesmo grego
passa como apagador
em quadro-negro.
Mas se ele dobrar a esquina
e voltar com o ontem,
quem sabe traga os deuses
e eles me contem.
Do livro
O Guardador de Mitos (Damulakis, G: Salvador, 1993).
Ilustração: Zephyrus, Deus do Vento Oeste, e Hyacinthque
10 comentários:
evocações e invocações, a sua poesia precipita
abraço
Você sabe o quanto gosto de seus poemas! Esse é um dos meus preferidos! Bjos.
Lindo!!
Uma surpresa duplamente grata: mais um poema seu, o que é sempre como uma revelação; e a constatação de que o Leitora segue, porto seguro para quem anda à deriva no mar da blogosfera!
Excelente!
Cometa mais vezes este belo delito. Brinde-nos com seus poemas.
abraços e bom domingo!
o final do poema dá uma bela epígrafe
Mas se ele dobrar a esquina
e voltar com o ontem,
quem sabe traga os deuses
e eles me contem.
Já é meu. Vou usar.
"Quem sabe os deuses me contem..."
Também quero que me contem. Que beleza, Gerana, tão expressivo. E vc guarda e não mostra, egoista!
Você é poeta, e eu não sabia. Que maravilha, Gerana, parabéns. Tenho algo com os deuses em mim também, e às vezes recorro a eles, quando algum encantamento quero que me contem.
Olha, envia o poema do e.e.cummings pra mim na tradução que vo disse ser a melhor que já viu, eu gostaria de passá-la para o blog. Meu e mail é nandoc21@yahoo.com.br.
Abraços.
O poeta contempla do alto. Parabéns, Gerana.
O vento guarda segredos na sua inquieta invisibilidade. Os deuses mandam recados por ele? Vamos chamar o vento!
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