sábado, 23 de janeiro de 2010

POESIA ENQUANTO CINEMA

Gerana Damulakis

É do livro de poemas intitulado Cinema, vencedor do Prêmio Braskem Cultura e Arte, na categoria Literatura, promovido pela Fundação Casa de Jorge Amado, o exemplo da arte poética de Herculano Neto, do blog Por que você faz poema? (http://herculanoneto.blogspot.com/).
A estrutura do livro remete a planos cinematográficos, quando a visão foca muito de perto, quando se afasta para usar de certa ironia. Suas partes: "Filmografia", "Curta-metragem", "Matinês" guiam o leitor para tudo se acabar no excelente "cinema", poema que fecha o volume antes do "epitáfio III".
É fácil entender a razão do livro ter sido vencedor, seja pelo valor (claro), seja pelo cuidado (queiram ou não, isso conta) de sua organização. Resta parabenizar o poeta.

"morangos silvestres"
---------------Herculano Neto

----quando mainha chamou:

- vem pra dentro que invernou!

-era de tarde e eu ainda não

sabia o que era melancolia



----quando mainha chamou

--------o quintal era grande

chole e os vizinhos ainda estavam vivos

--------eu era outro menino



-------------quando mainha

15 comentários:

Marcus Vinícius Rodrigues disse...

Gosto muito de Herculano e de sua poesia. Este poema é ótimo!

Janaina Amado disse...

Que poema comovente! Vou lá conhecer o blog do poeta, que há poucos dias deixou também um comentário em versos no meu espaço. Bom ver tanta gente boa divulgada aqui, Gerana.

Nilson Barcelli disse...

Pela sua análise, parece ser mesmo um livro muito interessante.
Bom Domingo para vc.
Um beijo.

Anônimo disse...

fiz parte do grupo que escolheu a publicação casa de Jorge Amado daquele ano do CINEMA, CAFEÍNA e CALENDÁRIO.

Pedro disse...

Ritmo e conteúdo em feliz combinação. O Herculano é um poeta nato.

dade amorim disse...

Que delícia de poema, Gerana!
Coincidência, tenho um retrato de CL feito por Carlos Scliar sobre a bancada do computador com esse mesmo texto reproduzido.

Beijo de domingo

Ana Tapadas disse...

Também vou já conhecer o blogue, porque o poema é de uma doçura comovente.
beijinho amiga

Unknown disse...

Recentemente li o Cinema e me encantei. Como vc frisou, além da boa poesia, o livro é muito bem estruturado, coeso nas suas divisões. Abraço.

Edu O. disse...

Santamarense tb!!!! Gosto demais de sua escrita.

Lorena Lima disse...

Muito bom seu blog, estou seguindo-o!
Caso goste do meu também, fique a vontade pra seguí-lo também.

http://loreniitaahh.blogspot.com/

Um abração carioca,

LL

O Neto do Herculano disse...

Amigos
(de letras,
de vida),
fico feliz,
sempre,
pela generosidade e
gentileza das
palavras.
A poesia,
também,
agradece.

nydia bonetti disse...

Conheço o blog e o trabalho de Herculano já há algum tempo, e gosto demais. Este poema é comovente e o livro deve ser bárbaro.

beijo, boa semana!

glaucia lemos disse...

Tão docinho e tão baiano! Mainha! baianíssimo e dengoso.

nilson disse...

Muito bom. E mainha é demais!

Goulart Gomes disse...

Estive no lançamento, li e gostei!