domingo, 10 de janeiro de 2010

EXATOS 50 ANOS DA MORTE DE ALBERT CAMUS

Não ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade.
----------------------------------------Albert Camus

Gerana Damulakis

As obras filosófica e literária de Albert Camus (1913-1960) trazem as marcas dos dilemas absurdos da existência. Seu nome foi incluído entre os que praticaram a famosa estética do absurdo. E o não menos famoso "ciclo do absurdo" - o romance O estrangeiro, o ensaio O mito de Sísifo e a peça Calígula - atesta sua teoria de que não há um sentido no mundo, o sentido precisa ser criado por cada um. Rejeitando o existencialismo de Sartre e Heidegger, Camus mostrou que é o indivíduo quem dá significado aos fatos.

O estrangeiro entrou para o cânone universal, apesar de outros grandes títulos, tais como A peste e A queda, talvez por ter Meursault como um personagem emblemático na sua inconsequência, na misantropia apontada, na sua falta de emoção; emblemático, enfim, do absurdo que vem a ser seu destino.

12 comentários:

Flamarion disse...

"É o indivíduo quem dá significado aos fatos."
E a vida humana é uma tragédia.
Abraço.

Unknown disse...

Camus foi uma das primeiras leituras instigantes da minha vida, era uma narrativa diferente para quem estava acostumado aos enredos tradicionais. Ainda hoje tenho imagens do Estrangeiro na minha mente, como aquele sol batendo no rosto e o gesto simples puro da morte a insinuar-se. Abraço.

dade amorim disse...

Gerana, acho uma delícia vir aqui e ganhar sempre. Obrigada pelos comentários tão generosos.
Ainda estou aqui em S. Pedro, toda enredada numa conexão problemática que acaba desanimando de navegar.
Beijo pra você.

Anônimo disse...

Gerana, há algum grande autor que você ainda não conheça?

glaucia lemos disse...

Camus foi a minha segunda grande descoberta. Tenho vários de seus livros e de vez em quando volto a folheá-los. E volto a ler em voz alta
alguns parágrafos para me deliciar com sua literatura.Ainda que só concorde em parte com sua filosofia, não inteiramente porque sei que mtas vezes os fatos insistem em nos dar significados e acabamos significando o que os fatos nos obrigam a ser.Já leu "O primeiro homem"? Vale a pena.

Gerana Damulakis disse...

Chorik: infelizmente, há. Procuro ficar muito antenada, mas há muitos escritores que ainda não li. Por isso, procuro não fazer releitura: tenho tanto a descobrir.

Muadiê Maria disse...

sou apixonada por ele. paixão de beijo na boca.

Ana Tapadas disse...

Querida Gerana:
Cresci a ler Camus. Sou de uma adolescência que estudava Francês literário. Que pena ter morrido assim, sem nos legar o romance que preparava: Le Premier Homme.
De todos os seus livros prefiro: Le Mythe de Sisyphe ("O absurdo depende tanto do homem, como do mundo") - continua muito actual.
Beijinhos

nydia bonetti disse...

Gerana

Há um texto fantástico de Sartre, escrito um dia após a morte de Camus que vale a pena ser lido. Deixo aqui um trecho:

"Para todos os que o amaram há nesta morte um absurdo insuportável".

Um abraço!

Bípede Falante disse...

Que frase impressionante.

gláucia lemos disse...

Nydia: Sartre realmente estava certo. Parece absurdo que Camus que sofria de tuberculose,em uma época que era um mal sem cura, fosse morrer justamente de acidente de carro, no qual estavam os originais de O Primeiro Homem q estava escrevendo. Tinha anotações para vários capítulos que ainda viriam a ser elaborados muito adiante. É terrivel,sim. O que estou dizendo... você certamente já sabia tudo isso.Só que é inevitável o comentário. Um beijo.

Gisele Freire disse...

Gerana
Adoro o Camus!
Li A Peste, A Queda, mas O Estrangeiro é do melhor que há, um dos melhores livros que passaram pelas minhas mãos e foi aos 16 anos, faz tempo viu :)!
Vc sempre falando das boas leituras por aqui, tens um bom gosto incrível!

bjs

Gi