
81- Homem que é homem não dança, de Norman Mailer
82- O companheiro de viagem, de Gyula Krúdy
83- Nada de novo no front, de Erich Maria Remarque
84- O amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos
85- A montanha da alma, de Gao Xingjian
86- Trilogia (A vida breve, O estaleiro, Junta-cadáveres) de Juan Carlos Onetti
87- Mar morto, de Jorge Amado
88- Pedra Bonita, de José Lins do Rego
89- Rumo à estação Finlândia, de Edmund Wilson
90- Com o diabo no corpo, de Raymond Radiguet
TRECHO de Mar morto, de Jorge Amado (foto).
Lívia olha o mar morto de águas de chumbo. Mar sem ondas, pesado, mar de óleo. Onde estão os navios, os marinheiros e os náufragos? Mar morto de soluços, quedê as mulheres que não vêm chorar os maridos perdidos? Onde estão as crianças que morreram na noite do temporal? Onde está a vela do saveiro que o mar engoliu?E o corpo de Guma que boiava com longos cabelos morenos na água que era azul? Na água plúmbea e pesada do mar morto de óleo corre como uma assombração a luz de uma vela à procura de um afogado. É o mar que morreu, é o mar que está morto, que virou óleo, ficou parado, sem uma onda. Mar morto que não reflete as estrelas nas sua águas pesadas.
Se a Lua vier, se a Lua vier com sua luz amarela, correrá por cima do mar morto e procurará como aquela vela o corpo de Guma, o de longos cabelos morenos, o que marchou pela estrada do mar para o caminho das Terras do Sem Fim, das costas da Arocá."
Se a Lua vier, se a Lua vier com sua luz amarela, correrá por cima do mar morto e procurará como aquela vela o corpo de Guma, o de longos cabelos morenos, o que marchou pela estrada do mar para o caminho das Terras do Sem Fim, das costas da Arocá."
2 comentários:
Quanta poesia, meu Deus! Emociona. Preciso reler Mar morto.
Sua lista, Gerana, me faz lembrar o formidável livro GÊNIOS de Harold Bloom. Nele, o único brasileiro listado é o Bruxo do Cosme Velho. Aprendi muito com Bloom, agora mais um pouquinho contigo. Evohé!
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