
71- Travessuras de uma menina má, de Mario Vargas Llosa
72- Presença de mulher, de Saul Bellow
73-A normalista, de Adolfo Caminha
74- Uma escola para a vida, de Muriel Spark
75- As horas, de Michael Cunningham
76- O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
77- Um velho que lia romances de amor, de Luis Sepúlveda
78- O perfume, de Patrick Süskind
79- Vastas emoções e pensamentos imperfeitos, de Rubem Fonseca
80- O castelo, de Kafka
TRECHOS DE Vastas emoções e pensamentos imperfeitos, de Rubem Fonseca (foto).
A arte faz a gente ver melhor as coisas.
"Qual o seu sonho de consumo?", ela perguntou.
"Acreditar em Deus", eu disse.
"Isso mudaria alguma coisa?"
"Talvez o meu estilo. Minha linguagem é assindética, cheia de elipses de conjunção. A fé tornaria meu estilo hiperbólico, polissindético". Etc. Na época pensei que estava brincando.
Meu sonho de consumo, eu sabia agora, era a liberdade. O ser humano se caracteriza, na verdade, por uma grande estupidez. Ele só descobre que um bem é fundamental quando deixa de possuí-lo. Preso naquele porão, eu descobria que a liberdade mais importante que existia era a liberdade de ir e vir, a liberdade de movimento. Eu tinha todas as outras liberdades, preso no porão - de pensar, de xingar meus captores, de ter uma religião (caso quisesse uma), de escolher minhas convicções políticas. Tinha liberdade de sonhar. Mas de que me adiantava isso, se estava preso dentro de um porão?
Um comentário:
Geraninha, você está alterando toda a minha "fila" de leituras. Llosa avançou várias "posições". Minha estante tá parecendo uma corrida de Formula Indy!
Postar um comentário