domingo, 15 de junho de 2008

MOVIMENTO METAFÍSICO


Carlos Vilarinho


Uma, duas, três
Mil almas que eu tenha
Em dez, vinte ou trinta vidas...

Em um ou dois sóis
Brilhando ou refletindo
Mil constelações.

Deles eu vejo outro eu
Fora de mim.
Sem que eu mesmo
Veja algumas sombras...

Mais estão, em eus distantes.
Assim díspares e dissonantes.
Em terras e oceanos
D'eus em instantes?

Quantos milhares de mim há?
Que nunca formam outros
Em vão.
Só em translação.



Carlos Vilarinho é ficionista, mas também está atendendo ao chamado da poesia. Foto de "obuscadorcosmico" retirada do Flickr.

Um comentário:

Anônimo disse...

Todos nós gostaríamos de poder, como Fernando Pessoa, assumir todos os "eus" que encontramos dentro do peito.