Aramis Ribeiro Costa
A mente lerda, entorpecida, arrasta
Em lentidão o tempo, idéias, membros
A tarde é morna e a própria vida é gasta
Na lassidão completa dos dezembros.
Nas esperanças dos janeiros basta
A vida que desbasta dos novembros
E a tarde se acomoda, lenta e vasta
Na tessitura lorpa dos dezembros.
O mormaço conjuga clima e fados
E em planos inconclusos e adiados
A tarde dezembral planeja e lembra.
São tempos vesperais que sinos plangem
Enquanto idéias poucos ventos tangem
E a mente, mole, sem querer, dezembra.
Este poema está em Espelho Partido - Sonetos Escolhidos - 1971/1996 (FUNCEB, 1996).
3 comentários:
Aramis, gostei muito do "Dezembros". Principalmente de como você explora bastante o léxico tema, sempre com felicidade. Parabéns, poeta!
Adorei o poema e a intensidade que ele transmite...tem ritmo! Coloquei o teu link lá no ...ESPERAS
beijos
Acho que Aramis traduz bem o sentimento de dezembro, quando o ano já findou e estamos dependurados entre o que fomos e o que podemos ser. Lindo!
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