É exatamente o que tenho observado, e não somente o que você escreve (embora principalmente) também o que você diz, em uma oportunidade qualquer.Uma afirmativa -às vezes sem intenção- gera um conceito que às vezes fica difícil retificar. A este propósito, tenho um poema intitulado Identidade q diz ao final:"o que eu disser, o que eu grafar, sou eu/ainda que me tome nova crença,/o q eu disser, o que eu grafar, sou eu."
O ato de escrever - e o fazer arte, em geral - é mais complexo do que esta frase, e possui uma certa auto conversão, pela qual você também se torna o que escreve. Sem contar o lado puramente literário, que te permite escrever um poema de amor embora não esteja amando ninguém.
Exemplos que me ocorrem agora: Quem conhece Wood Allen há bastante tempo diz que ele vem se tornando cada vez mais parecido com seus personagens. D.H.Lawrence escreveu "O Amante de Lady Chatterley" quando estava completamente impotente. Marthe de Méligny, que foi pintada por Bonnard (o marido) em adoráveis cenas de felicidade conjugal, era ciumenta, ferozmente possessiva, hipocondríaca ferrenha, tinha TOC e complexo de perseguição, e transformou a vida do pintor num inferno enclausurado.
Para aceitar que "Você é o que você escreve", precisaria dar ao verbo ser um significado mais amplo, que incluísse também a visão do mundo, o passado e sobretudo o "desejo de ser". Abraço, JR.
Gerana, perfeita a definição. Gostei tanto. Vou até parar para pensar um pouco sobre as bobagens que eu escrevo. Vai ver grande parte tem a ver com o fato de nem sempre eu me levar tão a sério, o que, talvez, não seja mau. Sei lá.
Continuo com o ponto de vista da Gerana. Você é o que você escreve porque você pode ser incoerente e imprevisível e inventivo. Você é o que você escreve consciente e também inconscientemente.
8 comentários:
É exatamente o que tenho observado, e não somente o que você escreve (embora principalmente) também o que você diz, em uma oportunidade qualquer.Uma afirmativa -às vezes sem intenção- gera um conceito que às vezes fica difícil retificar. A este propósito, tenho um poema intitulado Identidade q diz ao final:"o que eu disser, o que eu grafar, sou eu/ainda que me tome nova crença,/o q eu disser, o que eu grafar, sou eu."
Aprendo.
Cara Gerana,
A princípio, não.
O ato de escrever - e o fazer arte, em geral - é mais complexo do que esta frase, e possui uma certa auto conversão, pela qual você também se torna o que escreve.
Sem contar o lado puramente literário, que te permite escrever um poema de amor embora não esteja amando ninguém.
Exemplos que me ocorrem agora:
Quem conhece Wood Allen há bastante tempo diz que ele vem se tornando cada vez mais parecido com seus personagens.
D.H.Lawrence escreveu "O Amante de Lady Chatterley" quando estava completamente impotente.
Marthe de Méligny, que foi pintada por Bonnard (o marido) em adoráveis cenas de felicidade conjugal, era ciumenta, ferozmente possessiva, hipocondríaca ferrenha, tinha TOC e complexo de perseguição, e transformou a vida do pintor num inferno enclausurado.
Para aceitar que "Você é o que você escreve", precisaria dar ao verbo ser um significado mais amplo, que incluísse também a visão do mundo, o passado e sobretudo o "desejo de ser".
Abraço,
JR.
Portanto ninguém pergunte ao poeta o que ele quis significar, é o que está escrito, nada a mais, nada ameno. Abraço.
Gerana, perfeita a definição. Gostei tanto. Vou até parar para pensar um pouco sobre as bobagens que eu escrevo. Vai ver grande parte tem a ver com o fato de nem sempre eu me levar tão a sério, o que, talvez, não seja mau. Sei lá.
Continuo com o ponto de vista da Gerana. Você é o que você escreve porque você pode ser incoerente e imprevisível e inventivo. Você é o que você escreve consciente e também inconscientemente.
" Escrever é como pronunciar uma sentença contra si mesmo. " Ibsen
You are what you write and what you read!
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