Nilson Pedro tem um blog, o Blag, http://nilsonpedro.wordpress.com/, onde coloca seus poemas. Os leitores que acompanham sua produção pediam um livro que reunisse aqueles versos envolventes.
Pela Coleção Cartas Bahianas, da P55 Edições, saiu o Caixa Preta, trazendo 50 poemas do blog.
Considero, na minha humilde opinião de leitora, a melhor estreia em poesia do ano de 2009. A poesia de Nilson Pedro sabe conjugar o verso cerebral na dose saudável, assim como sabe fazer jorrar o lirismo com mão atenta, ambas as tendências mescladas e dosadas com tal equilíbrio como se fosse um químico das palavras a preparar uma solução de dada concentração.
Não se pode fazer uma leitura: no Blag, ao ler um poema novo lá postado, há o ímpeto de escrever logo um comentário, mas imediatamente surge a necessidade da releitura. Sabemos que ele diz mais do que se absorveu de primeira.
Há um jogo mental bem mensurado, como já foi apontado, contudo há uma escolha de palavras que, quando não são “poéticas”, na poesia de Nilson Pedro passam a ser. Sua sintaxe é pessoal e toda ela é significativa, daí a pungência alcançada. É difícil conferir uma forma explícita que traduza completamente as sensações causadas por uma leitura: o melhor, sempre, é ler.
Pela Coleção Cartas Bahianas, da P55 Edições, saiu o Caixa Preta, trazendo 50 poemas do blog.
Considero, na minha humilde opinião de leitora, a melhor estreia em poesia do ano de 2009. A poesia de Nilson Pedro sabe conjugar o verso cerebral na dose saudável, assim como sabe fazer jorrar o lirismo com mão atenta, ambas as tendências mescladas e dosadas com tal equilíbrio como se fosse um químico das palavras a preparar uma solução de dada concentração.
Não se pode fazer uma leitura: no Blag, ao ler um poema novo lá postado, há o ímpeto de escrever logo um comentário, mas imediatamente surge a necessidade da releitura. Sabemos que ele diz mais do que se absorveu de primeira.
Há um jogo mental bem mensurado, como já foi apontado, contudo há uma escolha de palavras que, quando não são “poéticas”, na poesia de Nilson Pedro passam a ser. Sua sintaxe é pessoal e toda ela é significativa, daí a pungência alcançada. É difícil conferir uma forma explícita que traduza completamente as sensações causadas por uma leitura: o melhor, sempre, é ler.
MORTE
Nilson Pedro
A morte, intransponível, no entanto nos visita.
E dizemos deus, e dizemos tempo,
e dizemos nada.
E nada não é coisa que se diga, se ela existe.
A morte, incontrastável, entretanto nos
-------------------------------------[conforma.
E ganhamos deus, e ganhamos tempo,
e ganhamos nada. E nada não podemos obter,
se ela é plena.
ALEIVOSIA
Nilson Pedro
Cuidado com tudo isso
que não te espera,
que tudo isso que não
te espera nada mas é
que teu fado: e eis que
vem vindo algo mais
que à noite não se vê, não se
distingue na floresta
das visagens, das insônias,
dos meandros deste ser
que se desvela.
Cuidado sobretudo com
as palavras que deixaram
de existir.
14 comentários:
Sinto-me feliz ao ler seu texto sobre Nilson. Valeu, Gerana. Ele merece.
Beijo de Maria
nilson se transformou em meu poeta preferido, a quem recorro diariamente pra saber o que fazer da vida!
Não sei o que estaria eu fazendo que ainda não tinha descoberto a poesia de Nilson Pedro. Ainda estou "vivendo" os poemas que ele escreve.
Obrigada por isso, Gerana.
Um beijo.
Excelente, mesmo! Obrigada Gerana, por nos mostrares esta maravilha. A poesia é óptima e as tuas palavras são adequadíssimas. concordo plenamente com a tua leitura. Irei conhecer mais.
Beijinho amiga
Olá!
Pois...imperdoável da minha parte ter esquecido uma referência a esse facto! - um verso teu semelhante ao meu?! Para mim uma enorme honra.Essa é a verdade.
A minha ausência anda por conta do fim de trimestre...ufa!
beijinhos
O Nilson, fez valer, abrir o Caixa Preta é estar me pleno estado de poesia!!!
Agora fiquei sem palavras: as suas me deixaram feliz demais! Mas insistindo, no espírito de balanço, devo dizer que 2009 foi muito com essa Caixa Preta, muito com nossos encontros - dos blogues aos livros, à vida real. O que dizer mais? Obrigado, Gerana. E mais uma vez, ao estilo Maria Sampaio: gratíssimo!!!
oh, gente, e eu transformando sem querer Nilson em ator, embora ele tenha lá seu charme cênico. É estreia (sem acento) e literária, claro.
A poesia de Nilson é mesmo uma grata surpresa. Segura!
Só há uma saída para esse sujeito. Publicar o segundo.
Marcus: eu também acho e, inclusive, o material está perto de formar um segundo livro. Aquele poema "Pensata" é simplesmente magistral, merece abrir o volume.
Aleivosia é mais que um poema, é uma experiência, uma sabedoria poetisada. ISso sim, é poesia.
Gostei do tira-gosto! Ou seria põe-gosto?
Postar um comentário