Cheguei da rua (do shopping, melhor dizendo, porque os baianos andam em shoppings – quantos, não é verdade? Alguém já parou para pensar a razão da existência de tantos em uma cidade tão bela, com um clima maravilhoso, céu azul, mar azul e nós, baianos, sempre andando dentro dos shoppings) com meu exemplar de O seminarista (Agir, 2009), pretendendo fazer minha postagem diária, a qual, como Kátia Borges já percebeu, é feita depois das 22, ou 23 horas. Muito bem, penso Vou apreciar o livro, pegar, cheirar... mas, sem resistir, acabei abrindo. Resultado: embora a pilha alta na cabeceira – Bolaño é o mais alto (vale atentar no duplo sentido) -, embora a hora adiantada, penso Lerei um capítulo, apenas um. Muito bem, de novo e de novo o resultado: não apareci aqui para fazer a postagem, preferi ficar com Zé.
Zé é sedutor. Não se começa a ler José Rubem Fonseca impunemente. O preço é ir até o fim. O personagem, o seminarista, Zé como seu autor – depois ele mudará para José Joaquim Kibir, homenagem aos avós portugueses e à batalha de Alcácer-Quibir -, seduz completamente.
Rubem Fonseca abriu um caminho na literatura brasileira ao trazer as ruas de uma forma diferente - com mais realidade?-, ruas por onde andam o tipo cruel e o tipo inocente, a mulher bondosa e a vadia. Fundamental, portanto.
Sua prosa é ágil, parece que está falando com o leitor. Zé é como todos nós; nós somos complexos, múltiplos, mas Zé tem a clareza que o faz distinguir entre o poder de suas ações “profissionais” e o poder das suas palavras e das palavras alheias (ele cita muito, geralmente em latim – foi seminarista).
Zé é sedutor. Não se começa a ler José Rubem Fonseca impunemente. O preço é ir até o fim. O personagem, o seminarista, Zé como seu autor – depois ele mudará para José Joaquim Kibir, homenagem aos avós portugueses e à batalha de Alcácer-Quibir -, seduz completamente.
Rubem Fonseca abriu um caminho na literatura brasileira ao trazer as ruas de uma forma diferente - com mais realidade?-, ruas por onde andam o tipo cruel e o tipo inocente, a mulher bondosa e a vadia. Fundamental, portanto.
Sua prosa é ágil, parece que está falando com o leitor. Zé é como todos nós; nós somos complexos, múltiplos, mas Zé tem a clareza que o faz distinguir entre o poder de suas ações “profissionais” e o poder das suas palavras e das palavras alheias (ele cita muito, geralmente em latim – foi seminarista).
Será sempre reducionista o juízo de valor que disser que O seminarista é apenas uma história policial, pulp, de bandido. A grande questão é o ser humano, a busca de salvação através do amor, a tentativa de emergir de um poço que já parece muito fundo.
Maria Muadiê escreveu um comentário para dizer o quanto gosta do título de um romance de Rubem Fonseca, Vastas emoções e pensamentos imperfeitos. Uma enorme coincidência! Assim como os versos dos meus poetas preferidos surgem do nada (do nada?) nos meus pensamentos, também os grandes títulos são lembrados. Sem mais nem menos, por alguma associação, digo Vastas emoções e pensamentos imperfeitos. Romance excelente, por sinal.
Qualquer livro de Rubem Fonseca nos traz vastas emoções.
Maria Muadiê escreveu um comentário para dizer o quanto gosta do título de um romance de Rubem Fonseca, Vastas emoções e pensamentos imperfeitos. Uma enorme coincidência! Assim como os versos dos meus poetas preferidos surgem do nada (do nada?) nos meus pensamentos, também os grandes títulos são lembrados. Sem mais nem menos, por alguma associação, digo Vastas emoções e pensamentos imperfeitos. Romance excelente, por sinal.
Qualquer livro de Rubem Fonseca nos traz vastas emoções.
Foto: divulgação/ Zeca Fonseca. Retirada do site http://www.oseminaristaolivro.com.br/
9 comentários:
Eu adoro O Ruben Fonseca, não é por acaso que meu blog tem o título de um romance dele que gostei imenso!
Este espaço aqui é precioso, parabéns, tens muito bom gosto moça:)!
Gi
Gerana, meu amor pela escrita do Zé é enorme. Foi ele o responsável por me plantar a vontade de escrever, de escrever ficção e SOBRE ficção.
Salve !
Estou por aqui dando uma espiada.
Muito obrigada por sua visita e por palavras tão carinhosas para com o meu trabalho.Seus comentários sempre colorem o meu espaço e enchem o meu coração de alegria.
Volte mais vezes, FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... terá sempre uma história para contar.
Saudações florestais
http://www.silnunesprof.blogspot.com
Realmente não se entende quanto tempo andamos em centros comerciais (eu ando em centros comerciais, porque sou portuguesa rsrsr). O meu amigo Cesc que é catalão diz que, no verão,metade dos espanhóis estão na praia e a outra metade no «El Corte Inglés»...coisas dos tempos.
Que bom, no entanto, vir aqui e encontrar sempre boas notícias literárias!
beijinho
Gerana
Também adoro cheirar um livro novo, sentir a textura da capa, olhar as cores e só depois devorar. Que delícia. :)
E Rubem Fonseca realmente nos traz vastíssimas emoções.
beijo, bom final de semana!
Sempre me pergunto o porque do baiano idolatrar tanto shopping center, Senhor do Bonfim está perdendo seus fieis para as lojas de departamento. E um novo de Rubem Fonseca é um alento.
Venho cá agradecer o comentário e desejar um belo Domingo. Aproveito para ler o link.
Beijinho
oi, querida,
vastas emoções...pensamentos imperfeitos,
vastas emoções e pensamentos imperfeitos.
esse título é demais!
e o livro realmente também é excelente. lembro até onde li, numa rede em Mar Grande.
beijo,
Martha
Taí, Gerana, vou meter minha colher no asunto. Acho que baiano anda muito em shopping por dois motivos: nosso melhor comércio era dividido entre a rua Chile e a Avenida Sete,onde se situavam as casas elegantes com casas de chá,etc.etc. Implantado o Iguatemi o comércio de luxo mudou-se para lá, a beleza, o luxo, em consequência a melhor clientela também. Embora os preços mais altos. Outro motivo é mais recente, a insegurança das ruas, assaltos, saidinhas bancárias. Gosto de andar pelos shoppings, Meu marido dizia ser programa de adolescente.É tão bom segurar a adolescência um pouco mais!
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