Gerana Damulakis
Esta vertente narrativa do escritor argentino Tomás Eloy Martínez (1934- ) presente em A mão do amo ( Companhia das Letras, 2008), com tradução de Sérgio Molina e Lucas Itacarambi, foge completamente do que se conhece de títulos seus, tais como Santa Evita, O cantor de tango e O romance de Perón, chamados "ficções-verdade".
O “grande” personagem da história é um anti-herói chamado Carmona, cantor lírico porque a mãe assim decidiu. A mãe é a clássica castradora, fonte de uma vida arruinada.
Os personagens são: "Mãe", "Pai", as "Gêmeas", a valorizada sra. Doncella e a presença real ou ilusória dos gatos, estes últimos motivo do ódio de Pai e motivo da idolatria de Mãe; além destes há os "turcos" (vizinhos), há as Montanhas Amarelas, onde os pais de Carmona começaram a namorar e onde, pela primeira vez, os gatos já mostram sua importância na história, seja com seu "coro", seja como razão da negação de Pai, quando não de seu ódio explícito.
Martínez não deixa de colocar o quanto o verbo "amar" e o substantivo "amo" são semelhantes a "mama", "mãe", descoberta feita por Carmona ainda criança e inocente, talvez trazida pelo inconsciente, que já captava o poder daquela mãe, daquela mão dominadora, mão de amo. Carmona nasceu com "voz absoluta", mas não conseguirá realizar os sonhos de Mãe, seguirá dependendo do seu amo.
A Mão do Amo quer-se um "romance de formação", com toques surrealistas, mas com uma finalização clara porque, contas feitas, nos lembra que as pessoas só nos fazem aquilo que deixamos que elas façam.
O “grande” personagem da história é um anti-herói chamado Carmona, cantor lírico porque a mãe assim decidiu. A mãe é a clássica castradora, fonte de uma vida arruinada.
Os personagens são: "Mãe", "Pai", as "Gêmeas", a valorizada sra. Doncella e a presença real ou ilusória dos gatos, estes últimos motivo do ódio de Pai e motivo da idolatria de Mãe; além destes há os "turcos" (vizinhos), há as Montanhas Amarelas, onde os pais de Carmona começaram a namorar e onde, pela primeira vez, os gatos já mostram sua importância na história, seja com seu "coro", seja como razão da negação de Pai, quando não de seu ódio explícito.
Martínez não deixa de colocar o quanto o verbo "amar" e o substantivo "amo" são semelhantes a "mama", "mãe", descoberta feita por Carmona ainda criança e inocente, talvez trazida pelo inconsciente, que já captava o poder daquela mãe, daquela mão dominadora, mão de amo. Carmona nasceu com "voz absoluta", mas não conseguirá realizar os sonhos de Mãe, seguirá dependendo do seu amo.
A Mão do Amo quer-se um "romance de formação", com toques surrealistas, mas com uma finalização clara porque, contas feitas, nos lembra que as pessoas só nos fazem aquilo que deixamos que elas façam.
5 comentários:
GErana,
Gostei da tua leitura, deu vontade ler...
Oi, Gerana, como não ir direto à livraria comprar?
Também fiquei com vontade de ler, Gerana! Espantosa Química és tu. A tua sensibilidade literária e a forma como apresentas as obras é de uma profissional das Letras magnífica.
Beijinho e bom Domingo
Conhecer Martinez através de sua visão é presente, Gerana. Seu texto encanta e faz pensar, repensar, lembrar a sábia lição de sua frase final. Obrigada.
Gerana,
Passei hoje a tarde toda com "A mão do amo". Terminei-o agora, com a sensação estranha de ter sonhado. Nunca me esquecerei, sei, da delicadeza de estilo diante da constatação da beleza nos raros momentos felizes que temos na vida, presente no capítulo "A viagem de trem" - pra mim o mais belo de todo o livro.
Livro instigante, diferente; saí de lá com meus dramas familiares bastante nítidos.
Obrigada, mais uma vez, pela indicação!
Abraços,
Ângela.
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