Gerana Damulakis
Reencontrei o poeta Sidney Wanderley nos comentários às postagens do blog de Janaína Amado: http://acreditandonotruque.blogspot.com/
Nas "orelhas" do volume de poemas Desde Sempre, de Sidney Wanderley, exclamei a surpresa por encontrar um poeta como ele. Era o ano 2000. Ressaltei o poema "Contra Berkeley" para exemplificar a característica da poesia de Sidney: aquela coisa do sentir-se vários, sentir-se tantos. Na penúltima estrofe, os versos dizem: "Custa-me tanto: o não ser tudo,/ o não ser todos/ e, entretanto, saber-me tantos,/ e mais que tudo, saber-me um/ - o singular criador dum mundo/ que gira e fulge alheio a mim".
Recebo agora o livro Chuva e Não, de 2009, e ficou evidente a capacidade do poeta para sintonizar, no que contempla, o que confere a essas coisas a existência e o sopro essencial.
LIÇÃO DA ÁGUA
Sidney Wanderley
Evaporar-se,
condensar-se,
precipitar-se:
Reencontrei o poeta Sidney Wanderley nos comentários às postagens do blog de Janaína Amado: http://acreditandonotruque.blogspot.com/
Nas "orelhas" do volume de poemas Desde Sempre, de Sidney Wanderley, exclamei a surpresa por encontrar um poeta como ele. Era o ano 2000. Ressaltei o poema "Contra Berkeley" para exemplificar a característica da poesia de Sidney: aquela coisa do sentir-se vários, sentir-se tantos. Na penúltima estrofe, os versos dizem: "Custa-me tanto: o não ser tudo,/ o não ser todos/ e, entretanto, saber-me tantos,/ e mais que tudo, saber-me um/ - o singular criador dum mundo/ que gira e fulge alheio a mim".
Recebo agora o livro Chuva e Não, de 2009, e ficou evidente a capacidade do poeta para sintonizar, no que contempla, o que confere a essas coisas a existência e o sopro essencial.
LIÇÃO DA ÁGUA
Sidney Wanderley
Evaporar-se,
condensar-se,
precipitar-se:
não só a água,
o amor também,
só que em ordem
um tanto diversa:
precipitar-se,
condensar-se,
evaporar-se.
Tenho vontade de colocar vários exemplos: "Gavetas" ("-Pois as gavetas que por certo eu perseguia,/ repletas de memórias, e de poesia,/ era em mim que se fechavam e se abriam."), "O Borges que escolhi", "Um beijo"...; o livro é... poesia!
Obrigada, Sidney.
11 comentários:
GERANA,
Serei sempre devedor de sua generosa acolhida para com minhas tentativas poéticas. "Chuva e não"
agradece esta canja impagável de
figurar no seu blog.
Grande abraço do
SIDNEY WANDERLEY
Adorei a poesia de Sidney, e sua resenha, claro. Onde podemos comprar esse livro?
AERONAUTA,
Mande-me seu endereço
e eu enviarei, prazero-
samente, um exemplar do
CHUVA E NÃO para você.
SIDNEY WANDERLEY
Oi, Sidney, que felicidade! Gostaria de saber para onde envio meu endereço. É possível você escrever para bemilydickynson@yahoo.com.br? Assim eu lhe mando o endereço. Pode ser? Desde já, agradeço muito.
Gostei muito, também. Gerana, vc é uma antena ligada nessa terra. E, Sidney, se for possível, também quero um exemplar. O meu e-mail é nilson.galvao@gmail.com.
Lirismo encantador. Gostei imensamente. M.
Fissurei na inversão dos verbos, poesia + inteligência.
são mesmo lindos os poemas!
obrigada por compartilhá-los.
Gerana, gosto muito de seu blog e da variedade de boas dicas e bons textos que ele traz. Sua resenha tem o duplo mérito de trazer Sidney Wanderley (irmão do Jorge?) para quem ainda não o conhecia.
E se você me dá licença, vou deixar também meu e-mail para saber onde encontro o Chuva ou não:
dedaamorimo@gmail.com
Obrigada pela oportunidade e um beijo pra você.
DADE,
Favor informar seu endereço
para que eu possa lhe enviar
um exemplar do CHUVA E NÃO.
SIDNEY WANDERLEY
DADE,
meu e-mail é
sidneywanderley@yahoo.com.br
SIDNEY WANDERLEY
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