sexta-feira, 27 de março de 2009

INCÊNDIO NO MEU INSTITUTO


Gerana Damulakis

No último sábado, 21 de março, o Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia sofreu um incêndio. Para nós, químicos, que vivemos pelo menos cinco anos frequentando diariamente suas salas e laboratórios, não deixa de ser algo que nos toca. E as lembranças chegam com muita força. O quinto andar, onde se deu o incêndio, acolhe também a nossa biblioteca, lugar tão presente na memória. No Instituto, passei aqueles que foram anos muito felizes: o carinho dos professores (lembro especialmente de Miguel Fascio, professor de Fitoquímica, que, acabada a aula, levava todos nós para o Barravento), dos colegas (e nossa esperança compartilhada). Ali conheci minha grande amiga Vanja, companheira de todas as horas, atualmente chefe de qualidade de uma grande empresa no Polo Petroquímico de Camaçari – um dos grandes orgulhos de nossa turma. Eu gostava tanto do Instituto que, certa vez, nas férias grandes, virei ajudante de uma professora que aprontava sua tese: passei três meses, dia após dia, fazendo titulação após titulação (não sei como não fiquei vesga). Mas tudo era uma delícia: ambiente e pessoas. Até as bobagens, tais como: escolher quem ia lavar a vidraria depois da realização de uma experiência (ninguém queria), ou colocar apelidos usando a nomenclatura química (lembrei agora do colega Metil, o radical –CH3, juro que não lembro seu verdadeiro nome). Um lugar, uma fase da vida: queremos sempre preservar o que nos foi precioso. Sinto pelo estrago ocorrido no meu Instituto.

2 comentários:

gláucia lemos disse...

Compartilho desse seu sentimento. A gente nunca corta os liames com os lugares onde foi feliz. Assim quando passo pela frente do Arcebispado, onde cursei meus primeiros anos de Direito, como também pelo Convento da Lapa, onde cursei os últimos e me formei em 72. Nunca mais se é tão feliz como nos tempos de faculdade. Quanta saudade!

Jan Góes disse...

Lamentavel o acontecido