quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A POESIA NA PROSA DE GLÁUCIA LEMOS POR INÁ SIQUEIRA




A POESIA NA PROSA DE GLÁUCIA LEMOS, EM ”BICHOS DE
CONCHAS”, GANHADORA DO II PRÊMIO LITERÁRIO DA UBE/SCORTECCI - 2008


1)“ A Vida não traz moral da História.”

2)“(...) as ondas são como eu, nunca ficam quietas.”

3)“(...) eu gosto do vento porque ele me faz acreditar na liberdade.”

4)“Todo mundo tem direito de buscar o que quer. Se dar bem, ou se perder”.

5)“O desconforto da culpa viaja conosco por maiores que sejam as distâncias no tempo e no espaço.”

6)“Quando se abrem os olhos para o mundo pela primeira vez , começa-se a desenrolar um novelo do qual só a morte tem a derradeira ponta.”

7)“Ninguém pode cortar o fio ao meio do caminho para fazer um recomeço. Tudo o que se tecer no fio do novelo será para sempre. Pode-se fugir. Desfazer nunca mais.”

8)“É difícil aceitar a solidão que nos é imposta desde a hora predestinada(...) no ventre materno.”

9)“Passamos a vida a buscar indefinidamente o inexistente.
(...) Ninguém existe. Somos um entre todos que também são um , buscando o inexistente alguém.”

10) “Alguém tem culpa por eu não conseguir continuar escutando somente o meu próprio eco?...”

11)“Eu não fugi de você...
(...) eu fugi do seu silêncio. Eu não sei viver escondida do mundo.”

12)“Eu não aprendi a amar o que desconheço. E eu preciso sentir a vida latejando ao redor de mim...”

13)“Nenhuma mulher sabe do amor antes de ter um filho.
(...) só esse amor tem essência e raiz. Vais sofrer e ser feliz (...) vais ser feliz e sofrer e sofrer(...) definitivo, sim, ainda que levado pelas alternâncias.”

14)“Chovera dentro de mim uma chuva de vida; eu estava abençoada...”

15)“Meus olhos estavam descobrindo o milagre e foram se inundando de repente...”

16)“Não sei... Meu destino sou eu que faço. Eu sou assim mesmo. Certa ou errrada.”

17)“O sol continuou a deitar-se todas as tardes nos travesseiros vermelhos do horizonte, até que a noite abafasse as chamas das montanhas com um lençol cinzento.”

18)“A vida sempre prossegue, a despeito dos rumores humanos.”

19)“(...) a Natureza não estaciona para dar passagem aos fatos e às vicissitudes das pessoas.”

20)“Tem dores que a gente não cura, ficam doendo, mas se acostuma com elas, quando não têm remédio.”

21)“Não voas,(...,) não conseguiste voar. Será isso a liberdade?”

22)“Eu só queria ser livre, sem muros e sem grades. Só queria voar ao encontro do horizonte, quando ele ficasse pintado de vermelho, recolhendo o sol.”

23)“As dúvidas são semelhantes a carunchos roendo a cabeça.”

24)“Mesmo após decisões que pareçam mais acertadas, as dúvidas continuam teimando em fustigar o espírito, como formiguinhas roendo em volta de um bolo, reduzindo a farelos, aparentemente insignificantes, toda a paz de uma pessoa.”

25)“Vagava a alma do silêncio.
(..) até boêmios se recolhem quando a noite é feia.”

26)“Sentia que não se começa a amar de um momento para outro...”

27)“A liberdade não existe?...”

“Qualquer que seja o rumo que se toma, há sempre um preço a pagar pela conquista...”

28)“Estava de contas ajustadas comigo mesma. Pagar o preço fazia parte do processo.”

29)“Não consegui virar gaivota, nem viajar pelo vento. Já encontrei o que está do outro lado do horizonte, e é tudo igual, um lado e o outro.

30)“Conheci o muito que são os meus sonhos e o pouco que eu sou.”

31)“(...) nunca me conte o que foi que fez e o que não fez. Já aprendeu que ninguém vira gaivota.”

32)“Não são asas o que dá a liberdade. O que dá liberdade é o coração.”

33)“O que leva para longe é o sonho.”

34)“O que encarcera é a solidão.”

35)“(...) tudo está aí para ser vivido como é e como está, e isto é vida, e amar a vida é o que faz a liberdade.”

36)“(...fui entendendo que tudo estava mesmo certo e nada precisava ser mudado.”

37)“Só sei que não sei nada da vida, ainda estou aprendendo.”

38)“Não sabia que se podem encontrar duas vezes os mesmos caminhos, à mercê das marés. Não sei mesmo nada da vida; ainda preciso aprender muito...”

39)“Era muita dor para se sofrer sozinha...”

40)“Quem garante que onde estiver não está sabendo?...”


Sobre o livro há que ser dito que é o vencedor do II Concurso Literário UBE/Scortecci-2007, prêmio "O Melhor Livro", um romance intitulado BICHOS DE CONCHAS que foi lançado na Bienal de São Paulo deste ano, e é o 4º romance premiado dessa autora, Gláucia Lemos. No romance é narrada a história de uma mulher que, vivendo na solidão de um farol, casada com o faroleiro, um homem egocêntrico que vive criando arte com as conchas da praia, se cansa do silêncio, e resolve lançar-se numa aventura em busca de liberdade. As frases foram selecionadas por uma leitora, que é também escritora, e que ganhou uma menção honrosa no mesmo concurso, Isa Siqueira. O livro deverá ser lançado em Salvador em data a ser marcada.


Foto de ThaliSB, retirada do Flickr.

4 comentários:

Francisco Castro disse...

Olá, gostei muito do seu blog e de sua abordagem.

Parabéns!

Um abraço

Carlos Vilarinho disse...

“Chovera dentro de mim uma chuva de vida; eu estava abençoada...”

Gláucia, me apresente esse livro.

Anônimo disse...

Vilarinho, o livro será lançado aqui tão logo eu receba os exemplares que me cabem, não deixarei de convidar os amigos para o lançamento, claro. Em São Paulo já está sendo lido e aqui, nada... não pode, não é?

Gerana Damulakis disse...

Estamos todos na expectativa para fazer a leitura deste livro!