terça-feira, 13 de novembro de 2007

POEMA DO MÊS

SHANGRI-LÁ

Talvez me entediasse em Shangri-Lá
Quando visse montanhas me cercando
E séculos e séculos passando
Talvez me entediasse em Shangri-Lá.

Leria livros - todos que há por lá
E passaria o tempo meditando
Os mistérios da vida desvendando
Que aborrecido, que seria lá!

Veria sempre o mesmo passarinho
Fazendo e desfazendo o mesmo ninho
Pois ninguém morre nunca em Shangri-Lá!

Mas talvez fosse boa a eternidade
E o tempo fosse pouco, na verdade
Se eu encontrasse o amor, em Shangri-Lá.

Este poema é de Aramis Ribeiro Costa e foi retirado de seu Espelho Partido - Sonetos Escolhidos 1971/1996 (Salvador: EGBA, FUNCEB, 1996)

2 comentários:

Kátia Borges disse...

Oi, Gerana, não conhecia este poema. Na verdade, só conheço os contos de Aramis. Um poema como esses faz a gente pensar sobre onde coloca os sonhos. Bjs

Anônimo disse...

Kátia: Aramis começou com a poesia, o que é muito corrente, com Quarto Escuro, em 1974. De poesia, tem também Espelho Partido, que reúne o restante da produção poética. E tem romance também:Uma varanda para o jardim. E literatura infantil: quatro livros. No conto, realmente, está a maior parte da produção dele: são já sete livro de contos e novelas. Imperdíveis! Beijão de Gerana