quarta-feira, 5 de agosto de 2009

HOMENAGEM DE LUÍS ANTONIO CAJAZEIRA RAMOS

Amigos,

Hoje é quarta-feira, 5 de agosto, falta pouco para as 18h. Nestante eu vinha do trabalho para casa, um ônibus parado à minha frente na sinaleira trazia no vidro traseiro um cartaz da peça "Nhô Guimarães", adaptação do romance de Aleilton, com estreia prevista para o dia 8, sábado, no Teatro do Sesi, no Rio Vermelho, às 20h.

Hoje tem sido um dia muito feliz. De manhã, um e-mail de Aleilton com os originais de um novo livro de contos; um e-mail de Kátia informando sobre sua vitória na seleção de livros para publicação pela Secretaria da Cultura; um e-mail de Zé Inácio dando conta de sua idêntica vitória; novo e-mail de Kátia com a proposta de capa para o livro premiado (cuja apresentação eu assinarei). No meio da tarde, um e-mail de Aleilton com a capa do novo romance, já no prelo, para lançar em setembro, com orelhas assinadas por mim. No final do dia, o cartaz da estreia da peça.

Lembro de outras recentes boas notícias. Os trinta anos de literatura de Gláucia; o recente lançamento do livro de resenhas de Carlos (que tem pronto novo livro de contos, apresentado por Gerana); os originais de um terceiro livro de Kátia (que pode sair pelo selo de Claudius Portugal); eu na coordenação dos "Encontros literários na ALB" (nos quais nosso grupo terá participação efetiva). Enquanto isso, Zé Inácio tocandos seus encontros em Jequié e Maracás; Gerana organizando várias antologias; Gerana e seu blog; Kátia e seu blog; Vivaldo e seu jornal eletrônico mensal. E outras coisas nossas que estão acontecendo e eu não sei.

Nosso encontro em agosto será na festa de meu aniversário, que não ocorrerá no dia do natalício, quarta-feira, 12, e sim na sexta-feira, 14. Será não apenas o grupo, pois a ele acresci muitos convidados para os parabéns (e para os presentes...). Só que o grupo tem avolumado as razões de nossa alegria! Acho que deveríamos fazer uma celebração só nossa. Que tal irmos todos à estreia da peça e realizar um encontro do grupo no bar do Sesi, uma reunião extraordinária?

Quer dizer, nossas reuniões são sempre extraordinárias...

Luís Antonio

Foto: Kátia Borges com uma mão no ombro de Lima e outra em José Inácio. Sentados, da direita para a esquerda, estão Gláucia Lemos, José Inácio Vieira de Melo, eu, Luís Antonio Cajazeira Ramos, Lima Trindade. Ainda não haviam chegado: Terezinha e Carlos Ribeiro, Rosana Patrício e Aleílton Fonseca, daí a foto não trazer o grupo inteiro. GD

AMANHÃ




terça-feira, 4 de agosto de 2009

POEMA DE MANUEL ANASTÁCIO

Gerana Damulakis


Manuel Anastácio é um poeta que me desperta aquela vontade de ser madrinha literária. Admiro muito sua poesia forte, com um ritmo que vai fazendo nossos corações acompanharem a leitura. Às vezes a visão de vida está nos seus poemas de uma maneira extremamente realista, por demais sabedora das mazelas que os movimentos bruscos nos trazem, mas não totalmente isenta de um toque de esperança.
É uma poesia que me encanta, seja pela linguagem e pelo ritmo já supracitado, seja pelo que me diz, assim como quem segreda verdades.
O poema "Flores de Pedra" saiu na antologia Os Dias do Amor (Ministério dos Livros), lançada no começo do ano em Portugal. Tenho o privilégio de colocar o poema na blogosfera, numa manobra quase ao contrário, já que estamos assistindo os poemas nascerem nos blogs e irem para os livros.
Manuel assina o blog Da Condição Humana, presente nos meus favoritos:


FLORES DE PEDRA
Manuel Anastácio.

Ser estranho à vida, vento, julgaste que era pedra
Eu, vento, uma pedra
E jogaste-me como pedra
Eu, vento,
Ao fundo e estranho poço definido nos bordos dos teus abraços,
De pedra eles, de vento eu
Tão estranhos eles, meus, à vida, quanto a tua minha pedra
Onde o vento se aninhou em ventre
E sonha ser pedra
Eu, vento, uma pedra
Afeiçoada à tua minha perda angular
Com que defini, eu vento, o que restava à vida
E expressei-o, a ela estranho,
Apenas e através de grossos traços
riscos proscritos pontos e espaços
Similares nos seus cantos afeiçoados
Aos silhares com que se aparelham peitos e pulsações.
Aos silhares onde o vento se julga pedra.
Onde eu, vento, quero ser pedra.
Eu, vento, uma pedra.

Compreendidas entre os eixos
Das pedras perpendiculares à vida,
Assim as nossas perdas tumulares
Se erguerão, de vento em pedra,
Estranhas à vida,
Em recíproca e lapidar ignorância
Apenas porque a última instância do eco lhes será negada.
Mas entre a nossa vida
E o nosso nada
Nada mais há, querida, que um beijo de mármore
Uma pedra
Uma perda
Uma ternura móvel angular cristalizada.
É por isso que somos pedra
Nós vento, uma pedra
Somos perda
E seremos, como pedras, a vida no teu corpo reencontrada.

sábado, 1 de agosto de 2009

RAPAZ, DE MARIANO CASSAS

Gerana Damulakis

Poesia franca, aberta e forte. Mariano Cassas se despe para que se faça a poesia. Sua linguagem tem o efeito do toque, não se passa ileso por esses versos, fica a suave sensação de sentimento que, outrora ferido, agora, sabe-se apreendido.
Nas palavras do poeta Luís Augusto Cassas, irmão de Mariano, no prefácio, o volume de poemas é "a celebração de uma quaternidade paroxística em que o sexo é a chave/falo vital da instauração de sua fala poética (...) este Rapaz irrompe e fecunda o verbo, ejaculando-o numa sinfonia de caos e cosmos, esperma e esperança".
Destaco vários poemas, tais como "Acréscimo de Claridade", "Assombração", "A Chama", "Blackout", mas é "Mariposa" que segue abaixo para ilustrar "uma leitura imperdível para aqueles que buscam o Amor", como atenta nas "orelhas" Fernando Bicudo.

MARIPOSA
Mariano Cassas

Minha vida é um rodear
de coisa morta
Coisa viva
mentalmente destorcida
O reflexo aparente do essencial
no melhor do bem-bom

O toque é puro cristalino
A dança quando é de fera
é solta e amansada
Acaba por fluir a fera
se entregando
na chama do amor
em busca de luz
Mariposa

I ENCONTRO LITERÁRIO DA UEFS