sexta-feira, 15 de agosto de 2008

OS BARCOS DA TARDE


Gláucia Lemos










Vede os barcos que ficaram solitários
quando os ventos passaram...
São como a alma
das mulheres sozinhas
quando passaram os tempos
das esperas.

Não tocai nessas velas,
não tocai!
São como os seios
das mulheres castas
pulsando inutilmente.
Não tocai...

Vede como são mortos
esses barcos...
Como morrem em silêncio
essas mulheres...



Gláucia Lemos publicou este poema na revista ArteLivro, 1996.A foto foi retirada do Flickr, de Loulair Harton.

5 comentários:

Carlos Vilarinho disse...

Viajei... Parece que você estava numa janela observando as velas, as mulheres, ou as mulheres vinham como comparação em sua mente...
Beleza de poema, Gláucia.

Carlos Vilarinho disse...

Viajei... Parece que você estava numa janela observando as velas, as mulheres, ou as mulheres vinham como comparação em sua mente...
Beleza de poema, Gláucia.

Anônimo disse...

Não deixa de ser uma advertência para os homens, ou melhor, o poema diz que não devemos nos aproximar. Contemplar tais mulheres-barcos, apenas contemplá-las! Singela, delicada a poeta dos belos versos.

Anônimo disse...

Pereira: Acho que é uma homenagem e uma solidariedade às mulheres que permaneceram solitárias, castas, como sao tristes e sofridas, melhor nao feri-las. O toque, quando irresponsável, acaba ferindo.
Obrigada a você e a Vilarinho pela sensibilidade.

Anônimo disse...

Bravo!