sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Ó PAI


"Por que me abandonaste?'
Cristo


Qualquer dia, qualquer mês
e estou só.
Só as estrias de luz mostram o ar
carregando suas massas de partículas
redondas, tantas quantas são
as pessoas da multidão.
Lá fora é onde deve haver alguém.
Por que tarda?
Estou em plena tarde
sem perder o relógio de vista.
Preciso dizer-te isto, meu Pai,
que já vivo a minha tarde
e tenho medo.

Gerana Damulakis

2 comentários:

Anônimo disse...

Queria postar um comentário sobre esse teu poema Ó Pai.É minha oração para o dia de hoje, Gerana... Tenho que agradecer por ainda haver gente com sangue nas veias! Obrigada.

Anônimo disse...

Demais, Gerana! Eu também ando vivendo as mesmas tardes da existência e há muito que tenho medo, muito medo, mas nunca soube dizê-lo com os nervos, os ossos e o sangue, com que você o diz nesse poema.