domingo, 15 de março de 2009

CAIO FERNANDO ABREU: ÊXTASE


Gerana Damulakis

A literatura brasileira nos anos 80 do século passado tem uma marca forte: o conto de Caio Fernando Abreu. A incorporação da cultura pop, do rock, de tudo que não é considerado material digno, literário (como apontava o próprio autor), foi um choque necessário. A leitura dos textos de Caio Fernando Abreu causa êxtase, um êxtase literário.
Só para lembrar: quando, no conto "Morangos mofados", ele encerra dialogando com A hora da estrela, de Clarice Lispector, isto é o verdadeiro êxtase literário.
E as frases que pinçamos aqui e ali, que ficam na memória como parte de nós, como: "... tudo já passou e minha vida não passa de um ontem não resolvido, bom isso".
"A cada junho, sei que não suportarei o próximo agosto."
"O infinito é nunca. Ou sempre."
"Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra."

2 comentários:

Anônimo disse...

Compartilho o "êxtase" com a leitura da obra de Caio Fernando Abreu.

Anônimo disse...

Gerana, uma beleza as frases pinçadas por você... Um dos melhores contos que li é de Morangos Mofados e se chama Ponto Final... Acho perfeito, pungente, intenso e belo. Excelente lembrança.