
Aramis Ribeiro Costa
A mente lerda, entorpecida, arrasta
A mente lerda, entorpecida, arrasta
Em lentidão o tempo, idéias, membros
A tarde é morna e a própria vida é gasta
Na lassidão completa dos dezembros. 
Nas esperanças dos janeiros basta
A vida que desbasta dos novembros 
E a tarde se acomoda, lenta e vasta 
Na tessitura lorpa dos dezembros. 
O mormaço conjuga clima e fados 
E em planos inconclusos e adiados 
A tarde dezembral planeja e lembra.
São tempos vesperais que sinos plangem
Enquanto idéias poucos ventos tangem
E a mente, mole, sem querer, dezembra.
Aramis Ribeiro Costa é ficcionista e poeta. "Dezembros" está no livro Espelho Partido (FUNCEB, 1996).
 
