segunda-feira, 16 de novembro de 2009

NINGUÉM MEU AMOR

Foi através do blog Hiphergetto (está nos meus favoritos) do poeta e contista João Filho, que fiquei conhecendo o poeta português Sebastião Alba.
Procurei, então, na antologia Quinze Poetas Portugueses do Século XX, seleção e prefácio de Gastão Cruz (Assírio & Alvim, 2004), presente de um amigo que voltou de Portugal, mas não encontrei o poeta Alba.
João indica, na sua postagem, um site ótimo para quem gosta de poesia e foi de lá que ele retirou os poemas de Sebastião Alba. Escolhi “Ninguém Meu Amor”, habitante de mim desde a primeira leitura. GD

NINGUÉM MEU AMOR
Sebastião Alba

Ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Podem utilizá-lo nos espelhos
apagar com ele
os barcos de papel dos nossos lagos
podem obrigá-lo a parar
à entrada das casas mais baixas
podem ainda fazer
com que a noite gravite
hoje do mesmo lado
Mas ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Até que o sol degole
o horizonte em que um a um
nos deitam
vendando-nos os olhos.

Sebastião Alba nasceu em Braga, Portugal.