terça-feira, 8 de junho de 2010

2º ROMANCE DE CARLOS BARBOSA: BEIRA DE RIO, CORRENTEZA



Recebi por e-mail, enviado por Marcelo Torres, o texto que divulga o livro de Carlos Barbosa, com lançamento marcado para amanhã. O texto foi extraído do site Notícia Capital, de Jolivaldo Freitas.

A Bom Texto Editora lançará no dia 9 de junho, das 17h às 21h, na Livraria LDM, o segundo romance de Carlos Barbosa, Beira de rio, correnteza: ventura e danação de um salta-muros no tempo da ditadura. O autor retorna ao São Francisco, cenário de seu primeiro romance, para contar a história de Gero, um adolescente que lê livros estranhos, um fracote, que ainda sofre os efeitos de recente tragédia familiar, o sumiço do irmão Toninho no rio. Ao se envolver com Liana, vive as delícias do amor e os tormentos do ciúme. E, enquanto um comando especial do Exército vasculha a cidade e as redondezas na caça do guerrilheiro Carlos Lamarca, escondido em algum lugar por ali, Gero torna-se o principal ator nos acontecimentos da que pode ser chamada de "noite das rajadas".

Segundo o autor, "não se cresce impunemente na beira de um rio como foi o São Francisco. Agora não mais, mas na minha região o São Francisco era fonte primordial de vida e a via de conexão com o resto do mundo. Era também espaço amoroso e lúdico. Havia pouca vida fora do rio. E muita tragédia também em suas águas, das enchentes às mortes por afogamento, infelizmente, comuns. Quando a rodovia federal tocou o rio, no início da década de 1970, alguns desses aspectos se superpuseram, outros trocaram de mão, e aqueles trágicos se acentuaram”.

E tal experiência não poderia ficar de fora de sua literatura. A perseguição aos guerrilheiros Carlos Lamarca e Zequinha Barreto, em setembro de 1971, foi um acontecimento histórico impressionante e perturbador para os moradores da região. Carlos Barbosa era um deles. Esse evento sempre o atormentou para ser transfigurado literariamente. E, ao contar a história de amor entre o adolescente Gero e Liana, uma misteriosa mulher que veio do Sul, a escrita o levou para aqueles dias de insegurança e medo. O autor trata com lirismo o rio e sua correnteza, uma onda contínua que carrega com ele. O título evidencia um simbólico embate entre a matéria – a estática “beira do rio” – e o tempo – a “correnteza” que passa inexoravelmente. Ao mesmo tempo, Carlos Barbosa gera outra dicotomia: recupera ficcionalmente um fato importante e trágico da nossa história recente, com a liberdade que o romance permite, e narra a história de amor de Gero e Liana.

O autor: Carlos Barbosa nasceu no interior da Bahia. Graduou-se em jornalismo e em direito. Atuou nas áreas de Comunicação Social da Caixa Econômica Federal e do Ministério do Planejamento, em Brasília. Escreveu letras de música, participou de festivais e teve seu primeiro conto premiado no Concurso de Contos do Jornal da Bahia, em 1977. É parceiro de Dominguinhos em duas canções. Publicou Água de cacimba, livro de poemas, em 1998; Matalotagem e outros poemas da viagem, pelo selo Letras da Bahia, Funceb/BA, 2006; o romance A dama do Velho Chico (Bom Texto, 2002) – que foi selecionado pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) para o PNBE (Programa Nacional Biblioteca Escola), em 2009 –; participou das antologias Poesia de Brasília e Contos brasilienses, em 2004. Em 2001, foi premiado pelo Ministério da Cultura no Concurso de Desenvolvimento de Roteiros, com o roteiro de A dama do Velho Chico.

Extraído de: http://www.noticiacapital.com.br/