domingo, 9 de maio de 2010

A ÁRVORE DA VIDA



Gerana Damulakis

Milan Kundera, em A arte do romance (Companhia de Bolso, 2009), coloca toda sua lucidez crítica sobre a literatura. A leitura sobre a literatura é tão fascinante quanto a arte literária mesma. Há uma parte dos ensaios, quando Kundera resolve fazer uma espécie de dicionário pessoal, um dicionário de seus romances, com sua palavras-chave, suas palavras-problema, suas palavras- amor...

Sobre a inexperiência, ele (e é por isso que preciso dos escritores) escreve exatamente o que, por vezes, me ocorre:

Nasce-se uma vez por todas, jamais se poderá recomeçar uma outra vida com as experiências da vida precedente. Sai-se da infância sem saber o que é a juventude, casa-se sem saber o que é ser casado, e mesmo, quando entramos na velhice, não sabemos para onde vamos: os velhos são crianças inocentes de sua velhice. Nesse sentido, a terra do homem é o planeta da inexperiência.

Milan Kundera

Ilustração: A árvore da vida, de Gustav Klimt.