SHANGRI-LÁ
Talvez me entediasse em Shangri-Lá
Quando visse montanhas me cercando
E séculos e séculos passando
Talvez me entediasse em Shangri-Lá.
Leria livros - todos que há por lá
E passaria o tempo meditando
Os mistérios da vida desvendando
Que aborrecido, que seria lá!
Veria sempre o mesmo passarinho
Fazendo e desfazendo o mesmo ninho
Pois ninguém morre nunca em Shangri-Lá!
Mas talvez fosse boa a eternidade
E o tempo fosse pouco, na verdade
Se eu encontrasse o amor, em Shangri-Lá.
Este poema é de Aramis Ribeiro Costa e foi retirado de seu Espelho Partido - Sonetos Escolhidos 1971/1996 (Salvador: EGBA, FUNCEB, 1996)