domingo, 23 de agosto de 2009

UMA LEMBRANÇA AGRADÁVEL

Gerana Damulakis

Depois da postagem com o material de divulgação dos “Encontros Literários na ALB”, fiquei recordando a época em que Hélio Pólvora era Secretário de Cultura em Ilhéus. Foi uma boa época. Fomos, Aramis e eu, convidados por Hélio, para irmos à região grapiúna, fazer palestra sobre o mar na literatura. E para lá seguimos, o que rendeu um livro interessante, O mar na prosa brasileira de ficção (Ilhéus: Fundação Cultural/ Editus, 1999).
Mas fiquei recordando que, ao chegar aqui em Salvador, Hélio ligava e íamos jantar, nós três, ou nós quatro, quando Maria Pólvora nos acompanhava. Foram tantos jantares divertidos!
Vou chegar ao ponto: nessa época, indo jantar, falando de literatura, lembro como se agora estivesse vivendo, de uma fala de Hélio sobre Lygia Fagundes Telles: “Para ela, eu estendo tapete vermelho, tiro o chapéu e peço que pise”. Peguei o dito para mim, dando os créditos, claro. Sempre que gosto muito da obra de alguém, reproduzo, dizendo ou escrevendo, que tiro o chapéu, estendo tapete vermelho...
Em tempo: notemos que a frase vem de um grande da literatura, Hélio Pólvora, para outro grande, Lygia Fagundes Telles.
Poucos são os que elogiam seus pares. Conto nos dedos das mãos os que reconhecem o valor do outro. No mais, é muita gente e sua literatura miúda e seu ego enorme, e sua obra pouca e seu lobby imenso...