domingo, 22 de novembro de 2009

MESTRE DO MINIMALISMO? FOI ENGANO



Gerana Damulakis

Bastante oportuna a reedição dos contos do americano Raymond Carver (1938-1988) para evidenciar o quanto suas narrativas estão longe da corrente literária - o minimalismo -, na qual estavam incluídas.
Vítima do seu editor, Gordon Lish, da editora Knopf (Nova York), a coletânea de 1981, Do que estamos falando quando falamos de amor, foi reduzida à metade; tal corte, ao fim e ao cabo, modifica completamente os textos de um escritor.
Iniciantes (Companhia das Letras, 2009), com tradução de Rubens Figueiredo, traz o verdadeiro escritor, com contos longos, sem lacunas, sem finais súbitos.
Conto de mestre: "Uma coisinha boa". Inesquecível, para mim.

O MAIOR DA NOSSA LÍNGUA

Trechos diversos que me ocorreram por conta da leitura de O seminarista, de Rubem Fonseca, que cita Camões, e que faz o personagem dizer versos de Camões.

Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças

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Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

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Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...

Camões