quinta-feira, 12 de novembro de 2009

BANDEIRA E JUNQUEIRA


A noite... O silêncio...
Se fosse só o silêncio!

"Noturno da Mosela" in O Ritmo Dissoluto


Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do
------------------------------------------horizonte?
-O que vejo é o beco. --------------------------------------- --

"Poema do Beco" in Estrela da manhã



Sempre com Bandeira porque necessito de Bandeira. Seus versos vão e voltam em meus pensamentos. Já escrevi aqui muitas vezes sobre o poder dos versos de Manuel Bandeira no meu cotidiano.

Um modo de chegar mais diretamente aos "poemas necessários" é pegar o livro do poeta, tradutor e ensaísta Ivan Junqueira, Testamento de Pasárgada (Nova Fronteira, 2003). Seleta para morar na cabeceira. O modo como Ivan Junqueira construiu a antologia por seções, abrindo cada uma com epígrafes do poeta, seguindo com seu texto crítico e poemas de diferentes fases de Bandeira - de saída, tal originalidade neste tipo de trabalho é ousada e enriquecedora - resulta no traçado dos perfis da poesia bandeiriana e, enfim, resulta num intinerário das sensibilidades do poeta.

Assim, são primorosas as obras de crítica escritas por poetas sobre poetas, sem a burocracia acadêmica, pois esta - a burocracia acadêmica - na maior parte das vezes traz uma obra que está no topo da montanha para a planície (expressão de Aramis Ribeiro Costa, que gosto muito - da expressão e do escritor que a diz).

Na mesma linha, além do Testamento de Pasárgada, de Junqueira, encontro a obra crítica que engrandece e abrilhanta a poesia de Manuel Bandeira em Humildade, Paixão e Morte - A poesia de Manuel Bandeira, de Davi Arrigucci Jr. (Companhia das Letras, 1990), Manuel Bandeira: uma poesia da ausência, de Yudith Rosenbaum (Imago, 1993) e Forma & Alumbramento - Poética e poesia em Manuel Bandeira, de Ruy Espinheira Filho (José Olympio, 2004).
GD


Monumento Escultório Manuel Bandeira
Av. Presidente Wilson, Centro, Rio de Janeiro
Escultor Otto Dumovich
19/04/2007