sábado, 20 de junho de 2009

"NOSSO" FERNANDO PESSOA

Gerana Damulakis


Tenho certas singularidades que nem eu mesma entendo, mas quem não as tem? Neste momento estou perplexa por ter comprado mais um livro com os poemas de Fernando Pessoa. Olho para o lugar onde estão volumes e mais volumes com a obra de Fernando Pessoa, a obra completa acompanhada de vários outros livros: edições da Cultrix, da Nova Fronteira, da Companhia das Letras, da Alfaguara, da Imprensa Nacional – Casa da Moeda, da Editorial Estampa. Não tenho sequer a desculpa de que gosto de comparar traduções; quais traduções? São poemas de Fernando Pessoa! E acontece o mesmo em relação a Manuel Bandeira (deste, a quantidade de livros é imbatível!) e a João Cabral de Melo Neto.
Será que posso apontar o estudo introdutório como a causa da necessidade de ter um livro contendo os mesmos poemas que já estão na minha biblioteca? Parece que é plausível.
Não resisti a Fernando Pessoa – O Poeta Fingidor, da Editora Globo, incluindo o DVD dos 120 anos do nascimento do poeta (série da Globo News). Gostei muito das palavras de Claufe Rodrigues na apresentação intitulada “Fernando Pessoa, um poeta brasileiro?”. Ele mostra a nossa intimidade com Pessoa, como nós consideramos o poeta português, ao lado de Drummond, Vinicius, Bandeira, como nosso e diz: "(...) e o gosto mútuo pelo gerúndio não será a única explicação para esse caso de amor". Depois vem um texto de Carlos Felipe Moisés, “O poeta dos heterônimos”: outro prazer. É, acho que posso dizer que compro esses livros porque gosto tanto do ensaio crítico, do parecer da leitura, quanto dos poemas: gosto, enfim, da literatura sobre a literatura. Um outro olhar, agora para o lugar, na biblioteca, que guarda livros de ensaios críticos, vem confirmar a conclusão. Cada qual com suas idiossincrasias.