domingo, 7 de dezembro de 2008

O MAGISTRAL CONTO DE NATAL


Gerana Damulakis


Se entrarmos nas histórias que envolvem um homem e uma mulher numa noite de Natal chega imediatamente a lembrança de O. Henry, pseudônimo de William Sydney Porter, com seu magistral conto “O Presente dos Magos”, aproveitando o Natal e a arte de dar presentes inventada pelos magos para narrar uma prova de amor, o amor com generosidade, o menos ambivalente dos amores, talvez o sábio, o mago amor.
Temos um casal pobre: cada um deseja intensamente presentear o parceiro. Eles têm dois únicos tesouros: ele, um relógio de ouro, que pertencera ao avô, mas que levava preso num cordão de couro gasto, fazendo-o sentir vergonha ao consultá-lo: ela, portadora de uma vasta cabeleira, como uma cascata caindo-lhe pelas costas. Sem que um soubesse da angústia do outro para resolver o problema de como obter dinheiro e comprar um presente, acabam demonstrando a mesma intensidade de amor (ou a mesma maneira de senti-lo).
Ele vende o relógio e compra um jogo de pentes de tartaruga legítima, pentes orlados de pedraria, para os cabelos da amada. Ela vende o cabelo, que é cortado tão rente a ponto de conferir-lhe a aparência de um meninote, e adquire um bela corrente de platina digna do relógio do marido. É o conto magistral, sem outros comentários.