sexta-feira, 31 de outubro de 2008

ARRANJOS


Gerana Damulakis

No tempo presente
e em todo canto,
esgarço o que sou
e o que não; porque
solitária é a noite
sem estrelas,
tão na escuridão profunda
do imaginário abismo,
que se pinta e é assim pintada:
o absoluto ou o nada.
Também sempre pinto
o que escravizo
dentro de mim,
tal como a noite
prenhe de estrelas;
só que na hora mesmo
rasgo o véu negro
rasgo em gritos
rasgo os erros e talvez
os acertos; porque,
agrade ou não,
deixo para a noite
a sua solidão.


De Guardador de mitos, um livro de um outro tempo e de outras histórias que, graças, já passaram.

5 comentários:

Letícia Losekann Coelho disse...

coisa mais linda Gerana! Adorei os versos livres e brancos (pelo menos para mim ) assim!
Ficou demais :)
beijos linda!!

Carlos Vilarinho disse...

Belo!

Fred Matos disse...

Belo poema, Gerana.
Parabéns!
Beijo

Nilson disse...

Legal. Vc devia colocar mais poemas seus por aqui.

Anônimo disse...

Muito revelador! Venham outros! Beijão.